Não sei nas outras regiões, mas aqui no Sul usamos muito “pra/do/o caralho”, “pra/do/o cacete” e “da porra”.
Exemplos:
- O Cardoso é um twitteiro do caralh*! (no sentido de ele ser um bom twitteiro)
- A Twittess tem um script da porra! (no sentido de ela ter um script que funciona bem)
- O Otávio Mesquita escreve mal pra cacete! (no sentido de que ele é um semi-analfabeto)
- Vou trabalhar, o cacete! (dá sentido de negação, não vou trabalhar não!)
Até aí tudo bem, tudo tranquilo, tudo sereno.
O problema é quando essas frases se encontram num possível contexto
em forma de trocadilho. Aí a fode a porra toda, digo, aí complica tudo.
Dá problema na kombi. A vaca vai pro brejo. Mais exemplos, claro:
- Trabalho pra cacete é foda!
Essa frase teria um sentido de “
Muito trabalho é ruim“. Mas
se você notar, cacete denota o falo e uma das coisas pra qual ele foi
desenvolvido é a conjunção carnal. Ora, um de suas funções realmente é
a foda.
- Estou com uma fome da porra!
Queremos dizer que estamos com bastante fome, mas se você disser
isso, meu amigo, numa rodinha (trocadilho denovo?) de amigos, alguém
vai te gozar (again!). Afinal, você não está com fome necessariamente
do produto final da conjunção carnal, e sim uma fome genérica.
Mas o pior mesmo é quando um palavrão que denota intensidade acaba
se ligando com o famoso “cu”. Porque “cu” é o coringa master da língua
portuguesa vulgar e sem-vergonha. Dercy Gonçalves teria vergonha de
conversar neste idioma, e olha que aquela velha
tinha uma boca suja da porra! (olha lá o trocadilho!). Tudo termina em cu, bunda e rabo.
Um bom exemplo disso é quando um colega de trabalho nos tenta sabotar, e dizemos pra ele em alto e bom som anal: “
Você não vai botar no meu cu!”.
Mas, como dizia no início do parágrafo, pode ser pior. Você poderia ter dito, por exemplo:
E fode a porra toda.
http://danielbecher.com/palavroes-como-adverbios-de-intensidade/