Parece
que hoje em dia, a mulher promíscua já não é tão mal vista na sociedade
(num certo tipo de sociedade, cabe salientar!) como antigamente. A
modernidade libertou um pouco as mulheres para darem pra quem elas bem
entenderem. Qual homem hoje em dia não tem uma amiga mulher que sempre
lhe conta suas aventuras e peripécias sexuais, com riqueza de detalhes
e prazer na narrativa, sem que com isso seja taxada de vagabunda ou
outros adjetivos preconceituosos por seu interlocutor? As “Genis” da
vida hoje em dia já não são tão apedrejadas como outrora, na verdade me
parece até que são incentivadas em sua sanha sexual, voluptuosidade e
na arrematação do maior numero de machos interessantes e possíveis. É
verdade que certo preconceito gerado no ponto de vista, na leitura que
se faz, ainda persiste. Peguemos por exemplo a personagem citada de
Chico Buarque, que era linchada pelo povo de sua cidade simplesmente
por que “ela dá pra qualquer um”. Existe na leitura masculina a idéia
de “ela dá pra todo mundo” e “dá pra quem ela quer”, essa seria a
diferença da mulher antiga, promíscua e depravada para a mulher
moderna, liberal e revolucionária?
Imagine a cena: Dois homens
conversam sobre uma mulher e um deles diz: - Vai lá rapaz que aquela
ali é safada, dá pra todo mundo! Pois bem, e se o cara chega lá e ela
não dá pra ele? Então o primeiro reconsidera e corrige: - É... aquela
ali é moderna, só dá pra quem ela quer...
A mulher precisa de um
motivo pra dar agora? As mulheres que dão com as maiores das boas
intenções são menos depreciadas que as que dão “pra qualquer um”? Ou
seria o inverso na cabeça fálico/machista, a mulher que quer dar à
vontade necessariamente tem que dar pra todo mundo? Ou ela continua
sendo a eterna prostituta que mesmo mal falada, todos os homem a querem
para si e dizem: - Já que ela gosta de dar, vai ter que dar pra mim
também?
http://fideoastro.blogspot.com/2009/06/promiscuidade-na-modernidade.html