Há muito tempo em uma galáxia muito distante,
The Conduit foi anunciado pela High Voltage Software, uma desenvolvedora pouco conhecida, produtora de games como
Leisure Suit Larry: Magma Cum Laude e
Ghost Recon Advanced Warfighter 2. A empresa afirmou que achava que o Wii deveria ter mais games bons e apelativos aos jogadores “hardcores”, e que
The Conduit seria um destes.
Depois de algum tempo, a High Voltage encontrou uma publisher para
seu jogo: A mãe de Sonic, a SEGA. A produção continuou a todo vapor e o
game chegou às lojas americanas dia 23 de Junho.
The Conduit é um First-Person Shooter exclusivo para o
Nintendo Wii. Nele, você assume o comando de Michael Ford, um agente do
FBI que começa a trabalhar com uma organização secreta chamada The
Trust, lutando contra uma invasão alienígena. A narrativa traz alguns
elementos de conspiração e de tecnologia. Não é uma história muito
complexa, parece um pouco a de Perfect Dark, e beira ao clichê. As
cutscenes e as conversas entre os personagens durante a jogatina
desenvolvem melhor a história. Porém, ela não tem realmente um final,
já que o single-player acaba abruptamente, o que pode irritar alguns
jogadores. Fica claro que vem uma sequência por aí.
O som do game funciona muito bem. Além da música que retrata muito
bem o que acontece na tela, em alguns momentos frenética e em outros
lotada de suspense, temos uma excelente dublagem de Kevin Sorbo (The
O.C, Hércules) e Mark Sheppard (Battlestar Gallactica). Os efeitos
sonoros também não deixam a desejar e cumprem bem o seu papel.
The Conduit não é um FPS revolucionário de nenhuma forma,
mas é um grande jogo, possuindo ótimos controles, completamente
customizáveis ao bel prazer do jogador. O game também possui gráficos
surpreendentes para a plataforma, um single-player divertidíssimo e um
multiplayer online que te deixará viciado.
O game roda na engine Quantum 3 da própria
HVS, que busca extrair o maior poder gráfico da plataforma. A engine
possibilita efeitos nunca antes vistos no Wii, como bump-mapping,
reflexão, refração, shadow map, blur, texturas animadas, reflexão
especular, entre outros. A modelagem dos personagens e dos inimigos é
notável. Em alguns momentos parece que você está jogando um game de
Xbox 360 em resolução standard. Apesar de tanta tecnologia, o estilo
gráfico do game deixa a desejar em alguns momentos. É normal se deparar
com corredores pouco inspirados, lotados de cinza. Além disso, os
inimigos se repetem diversas vezes.
Os controles do game são absolutamente sensacionais e são, com
certeza, o ponto onde o game mais se destaca. Eu nunca tive a
oportunidade de experimentar um FPS de console onde os controles fossem
tão precisos. Mas o grande ponto positivo fica para a customização, que
é total. É possível mudar a sensitividade dos controles, a função dos
botões, a sensitividade dos movimentos, a velocidade do personagem, a
velocidade do giro da câmera, entre diversas outras opções, tudo isso
em tempo real. Após uma mexidinha aqui e ali, cada jogador encontrará
sua forma perfeita de jogar. O jogo ainda guarda os perfis de controle
de cada jogador.
O single-player do game é ótimo. Apesar da história não ser boa,
temos um game composto de nove missões que dura cerca de sete horas. Há
pontos realmente difíceis, onde você precisará reiniciar e tentar
novamente, o que pode frustrar alguns jogadores. Há também a presença
de achievements e de coisas escondidas, que abrem extras, como artes
conceituais e trapaças.
The Conduit é linear, ou seja, você vai de
um ponto a outro, andando e matando (Olá, Goldeneye e Perfect Dark).
Existe uma grande variedade de armas, que podem ser explosivas,
alienígenas ou humanas. Nada de cenários destrutivos – com algumas
excessões, como barris e caixas, nada fora do ordinário. A adição de um
aparelho chamado de All Seeing Eye (ASE) causa uma mudança na
jogabilidade, variando um pouco. Ao invés de sair atirando para todos
os lados, o aparelho permite que Ford ache mensagens, portas, bombas e
salas escondidas, além da possibilidade de hackear computadores.
O multiplayer do game também merece um
grande destaque. Nele, podem batalhar até 12 jogadores por sala, com
suporte ao Wii Speak, o microfone do Wii. O online possui uma lista boa
de mapas e modos e aproximadamente 20 armas para a destruição. Temos
Free For All, o modo “Mate todos”: Sem times, onde seu objetivo é
apenas meter uma bala na testa do oponente. Em ASE Football, você
procura o All Seeing Eye pelo mapa, e quando consegue pegá-lo, deve
tentar ficar vivo, não importa o que aconteça. Em Bounty Hunter, você
deve matar um opontente específico, e se você atirar no cara errado,
você será penalizado. Temos também Capture the Flag e um Team
Deathmatch. Apesar da chata presença dos friend-codes, The Conduit
possui o melhor online em um FPS para a plataforma, oferecendo diversos
modos e uma experiência completamente sem lag, com algumas exceções.
Apesar do single-player ter duração mediana para um FPS, o multiplayer
é completamente viciante. Você não vai conseguir parar de jogar.
The Conduit é um game que é perfeito para os donos de Wii que se
consideram gamers hardcore. É um excelente FPS, especialmente se você
só possui o console branco da Nintendo. Possui ótima tecnologia
gráfica, bom som e dublagem, é viciante – especialmente se tratando do
multiplayer -, traz controles perfeitos e completamente customizáveis e
single-player divertido. Porém, a história possui diversos clichês e se
você possui outros consoles, já deve estar cansado de FPSs alienígenas
e não se impressionará tanto com os gráficos.
VEREDITO FINAL Controles completamente customizáveis
Tecnologia gráfica surpreendente
Modo online divertidíssimo
História fraca e com clichês
Não traz uma revolução ao gênero
Muitos trechos cinzas e sem inspiração gráfica
E depois, o que vem para o Wii da High Voltage? Já foram anunciados
dois games da produtora: The Grinder, outro FPS, estrelado por
vampiros, lobos e zumbis, que ainda não tem data de lançamento, e
Gladiator A.D, um jogo de luta, que será lançado em 2010. Ambos
utilizarão o MotionPlus e a engine Quantum 3.
http://playertwo.com.br/conteudo/analise-the-conduit-wii/